sexta-feira, 18 de março de 2011

Matéria Criada


- partícula de Highs Boson, a partícula de Deus, que o CERN procura -


O que é que nos leva ao conhecimento?
Este é um dos temas mais célebres da filosofia.
Esta sempre reflectiu sobre este fenómeno. E parece que quanto mais se investiga, mais se interroga. Como é que conhecemos? Algumas coisas me parecem certas. Todos acabamos, no meio da nossa finitude por ver as coisas de um determinado modo, que varia de pessoa para pessoa. Isto torna-se ainda mais evidente à medida que se estuda a história do pensamento ou quanto mais se viaja. É fácil perceber que o conceito metafísico de Ideia em Platão representava o expoente da realidade, na qual nada de sensível poderia habitar, até Kant que a considerava como um devaneio irresistível da razão e princípio heurístico da especulação, necessária para a formulação dos juízos. Ou então, a introdução do Zero na matemática, como conceito do vazio, o qual permitiu uma afinação da exactidão matemática. Mas até este ponto é interessante. É pelo facto de se introduzir um elemento metafísico na concretude dos cálculos matemáticos que estes conseguem descrever a realidade com maior exactidão. Mais uma vez se verifica que a referida "ciência exacta" é apenas um dinamismo de aproximação de uma realidade que a transcende, e que não a consegue abarcar.
Mas como conhecemos? O conhecimento existe e isso é um dado que não podemos pôr de parte, ainda que aconteça em nós de forma sempre imperfeita, e por isso sempre dinâmica.

A matriz da formação material tem de ter o mesmo princípio base onde possa ocorrer a sinergia entre o nosso pensamento e razão com o objecto onde nos deparamos. Estámos ligados a tudo, mas existe em nós, homens um salto ontológico de percepção da realidade, pela nossa própria auto-consciência.
Para a fé - e aqui já vimos que nem a melhor ciência exacta é assim tão exacta, mas no domínio estrito por si validamente definido - este Princípio é o Logos, no qual todas as coisas foram criadas e que marca a criação com a sua inteligibilidade. Mas se o Logos é perfeito, como podem as coisas criadas serem contingentes? Esta é batalha para outras núpcias... a qual não me irei escapar em próximo post.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Mesmo apenas de um olhar positivista, a vida é algo que não pode deixar de fascinar. Mesmo do ponto de vista mais frio, interrogarmo-nos de como a matéria supera a acção de dinamismos de partículas para a ter capacidade de decidir, numa simbiose contingencial de vontade com o corpo e a vontade, é evento de expressão inefável.
Ainda assim, a vida corre o risco de ficar atolada em pântanos, lodos e areias movediças que podem paralisar a vontade. Aliás, todos vivemos momentos em que ficamos mergulhados na nossa subjectividade sem horizonte de esperança objectivável. Estas englobam geralmente ou sofrimentos alheios ou danos por terceiros. E se há situações que podem ser superadas graças à nossa força, aquelas que são realmente profundas requerem a presença do outro para auxiliar, ou então mesmo para ser resgatar. A necessidade de quem auxilie na dádiva da vida com sentido é pois fundamental, não para dar o que já se tem, mas para apontar para o que ainda se não é. E na descoberta da nossa contingência intuímos a necessidade de sermos completados por aquilo, ou melhor, pelo rosto de um tu diferente que nos faz mais completos.
Mas eis que o dilema acontece. A vida, a matéria consciente, deixa de ser consciente, pelo menos de forma aparente, num fenómeno que se chama morte. Ficamos frios. Mas pode-se matar a vontade, se o corpo permanece visível a nossos olhos? Digo-o assim: o meu grito pela transcendência de ser não pode ser satisfeito no regaço de alguém contingente. Não pode. E se alguém diz que sim é porque mente. Só a fonte de toda e qualquer transcendência pode realmente dar a vida em abundância, numa torrente forte, serena e surpreendente que transforma e nos sacia o desejo e nos faz ansiar por mais. Falo pois de Amor. É este mesmo Amor que alimenta quem decide abraçar o chão que outros pisam para ser símbolo do Amor que vive. Pois o amor faz gerar vida.