sábado, 1 de outubro de 2016

Domingo XXVII Ano C

A liturgia deste Domingo XXVII faz-nos mergulhar na raiz da vida cristã, perguntando-nos pela nossa semente de fé. A fé é um dom que todos recebemos; é o que nos faz ser o que somos e quem acreditamos ser; por isso, nasce da revelação dos outros, do que recebemos e escolhemos receber, do que valorizamos como importante. A fé faz mesmo perceber o que é essencial no meio das limitações da nossa vida. Fica o eco do profeta Habacuc: «Vede como sucumbe aquele que não tem alma recta; mas o justo viverá pela sua fidelidade» (Hab 2, 4). 

A fé, que é necessariamente provada nos cadinhos da vida, gera a fidelidade. Fidelidade aberta ao Outro e não apenas às próprias ideias, porque a vida vive do dom. Gera o reconhecimento do perdão das limitações de cada um e abre ao perdão. Alarga as fronteiras da visão e do coração para conseguir ver mais longe. De facto, o amor constroi-se da convicção de que vida é em relação. Logo, a fé é necessária ao amor. E o amor só se sustenta na fidelidade; logo a fé e a fidelidade não se podem separar.

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